quarta-feira, 26 de outubro de 2016

INTERESSANTE QUADRO DE ÉPOCA RETRATANDO A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

Quadro da época da Revolução Constitucionalista de 1932, inspirado no Hino da Liga de Defesa Paulista “O PASSO DO SOLDADO”, produzido artesanalmente em homenagem aos soldados constitucionalistas.


A obra é uma mistura de pintura sobre tecido (fundo) e detalhes aplicados em relevo:

O capacete é pintado e recortado em cartão e a jaqueta do soldado (com a manga almofadada e detalhes como botões e correias aplicados) em tecido grosso:


A bandeira é em tecido sobreposto, com as listras brancas e pretas costuradas e os detalhes dourados do quadrado vermelho (mapa do Estado de São Paulo e as estrelas) aplicados em relevo, assim como o cordão do mastro.



No canto inferior direito, pintado sobre o tecido de fundo aparece, já meio apagado, o refrão do Hino “O Passo do Soldado”, de Marcelo Tupinambá e letra de Guilherme de Almeida:

Marcha, Soldado Paulista,
marca o teu passo na História!
Deixa na terra uma pista,
Deixa um rastilho de glória!


TAMANHO (cm): 69,0 x 55,0 (com moldura)

O tecido sobre o qual foi pintado o fundo tem marcas de desgaste causadas pelo tempo, mostradas nas fotos.

UM PEQUENO -GRANDE DETALHE;Pode-se afirmar que este quadro foi feito DURANTE A REVOLUÇÃO, mais precisamente bem no seu inicio, por conta da bandeira, que apresenta o contorno do estado ao centro do círculo ao invés do contorno do país. Explica-se: até o início da revolução, o desenho da bandeira do estado não estava oficializado. Tanto a bandeira quanto o Brasão foram oficializados DURANTE o conflito. Por isto os primeiros brasões apresentam a frase: Pro S. Paulo Fiant Eximia ao invés do adotado : Pro Brasilia Fiant eximia.

FAMÍLIAS DE EX-COMBATENTES GUARDAM " RELÍQUIAS" DA REVOLUÇÃO DE 1932


Parentes de Aristeu Valente, que morreu nas trincheiras, relembram fatos.
Neto de soldado conserva medalha há 35 anos como memória do avô.

Claudia Assencio
Do G1 Piracicaba e Região

Objetos usados por Aristeu Valente durante a Revolução de 1932 e foto do voluntário (Foto: Osnei Restio)


Familiares de ex-combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932 guardam lembranças e "relíquias", como medalhas, fotos e outros objetos daqueles que lutaram em um dos maiores conflitos armados da história do Brasil. Um dos voluntários levava a coragem no nome. Aristeu Valente, de Nova Odessa (SP), foi o único dos 13 soldados da cidade que morreu em combate.

Maria Célia Dias Blanco, de 60 anos, é sobrinha de Aristeu. Ele morreu aos 23 anos, no dia 18 de agosto de 1932. "Eu era muito pequena quando minha mãe, Theresina Valente Dias, nos contava o que aconteceu com ele", comentou.

"Eu tinha apenas cinco anos quando ouvi as primeiras histórias, lembradas pelos familiares, de que meu tio foi vítima de uma emboscada durante a revolução. Ele morreu com um golpe de baioneta. Minha mãe conta que foi um padre quem retirou a faca do corpo dele", lembrou.

O soldado Valente pertencia ao batalhão 23 de Maio e foi morto em um morro existente na divisa de Águas de Lindóia (SP) e Monte Sião (MG). No local, onde outros combatentes também perderam a vida, existe um monumento.

Aristeu Valente morreu durante combate(Foto: Maria José Valente/Arquivo Pessoal)


A funcionária pública aposentada Maria José Valente Cordeiro, de 71 anos, também é sobrinha de Aristeu. Ela contou que a família guardou durante muitos anos objetos do tio, mas doou medalhas de condecoração, munições e o chapéu de ferro por ele utilizado durante o combate.

As "relíquias" foram entregues ao Centro Cultural Herman Jankovitz, que fica na Biblioteca de Nova Odessa (SP).

Mas a sobrinha do ex-combatente ainda guarda publicações de homenagem a Aristeu, como páginas de jornal e um livro de memórias da revolução editado pela Câmara. Valente foi sepultado primeiramente em Americana (SP), mas depois foi transferido para o Cemitério Municipal de Nova Odessa com todas as homenagens merecidas.


Outra história


O advogado José Reinaldo Zorzetto, de 55 anos, natural de Limeira (SP) e que atualmente reside em Piracicaba (SP), é neto de outro ex-combatente da revolução, José Fernandes Prado, que também lutou como voluntário aos 23 anos de idade. Mas Prado sobreviveu à batalha, constituiu ele também lutou como voluntário. Sobreviveu à batalha e constituiu família.

José Reinaldo Zorzetto guarda medalha recebida pelo avô (Foto: Claudia Assencio/G1)



Após a morte de Prado, Zorzetto guarda a medalha de condecoração desde quando era muito jovem. "Eu a levo comigo para onde for há mais de 35 anos. Ela é a única lembrança que tenho de meu querido avô materno", disse emocionado. O advogado lembra que, segundo contavam seus familiares, Prado viu muitos parceiros de luta morrer. "Ele dizia a minha avó que uma granada explodiu ao lado dele e matou um colega".

Revolução de 32
O golpe de estado que levou Getúlio Vargas ao poder fez com que o estado de São Paulo ficasse insatisfeito com o governo provisório. Os paulistas exigiam uma nova constituição e o estabelecimento de eleições para presidentes.

Como as reivindicações não foram atendidas, os paulistas começaram a se manifestar nas ruas contra o governo de Vargas. Em um desses protestos, em maio de 1932, uma reação policial provocou a morte de estudantes que militavam contra o governo, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. As iniciais dos nomes (MMDC) se tornaram símbolo da revolução.

A REPORTAGEM DO G1 PODE SER CONFERIDA NO LINK:

EXPOSIÇÃO VIRTUAL DO MIS/SP TRAZ A PARTICIPAÇÃO FEMININA DURANTE A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 À TONA

A exposição A Mulher na revolução de 32 conta um pouco mais sobre a diversificada participação ativa que a mulher teve durante os combates na revolução constitucionalista de 1932.

O conteúdo pode ser acessado aqui:

domingo, 23 de outubro de 2016

A REVOLUÇÃO OCULTA DE 32

Derrotado nas armas, São Paulo venceu nas iniciativas que modernizaram a economia e a sociedade brasileiras, diz sociólogo


A Revolução paulista de 9 de julho de 1932 enfrentou não apenas uma ditadura em formação, mas também um preconceito consolidado contra São Paulo. Desde a proclamação da República por Deodoro contra os republicanos civis, mais do que contra a monarquia, era o republicanismo de propensão ditatorial, perfilhado pelo Exército, divergente do republicanismo paulista. E desde a greve geral de 1917, era São Paulo suspeito de ser um Estado de grevistas e bolcheviques. Sobretudo porque era o Estado que mais recebia trabalhadores imigrantes.

Essas concepções apareceram em documentos e em mensagens escritas a carvão nas paredes das casas invadidas nos bairros operários de São Paulo, já na Revolução Tenentista de 1924, que não foi uma revolução paulista, escritas por soldados do Exército, da Marinha e das forças públicas, oriundos de outros Estados, que ocuparam a cidade, bombardeando-a e matando civis inocentes, além de militares em combate. Mais de 500 mortos e muitos feridos e mutilados, crianças, velhos, mulheres, famílias inteiras, nos bairros operários como o Brás, o Belenzinho, a Mooca, o Cambuci. Fábricas foram destruídas, empregos cessaram. Fazia parte das tropas do general Potiguara, que atacou o bairro da Mooca, um desses soldados que mais tarde se juntaria ao bando de Lampião, com o apelido de Jararaca, e morreria no ataque dos cangaceiros a Mossoró, no Rio Grande do Norte. Acabou sendo objeto de devoção, lá mesmo, com fama de santidade. Um retrato daquele Brasil que diferia do Brasil de que São Paulo fazia parte, o das regiões que se modernizavam.

As revoluções tenentistas dos anos 1920 culminariam na Revolução de Outubro de 1930, iniciada no Rio Grande do Sul e liderada por Vargas, com apoio do Partido Democrático de São Paulo. Ainda que minimizado e colocado sob intervenção federal, como se fosse uma colônia, São Paulo deu à composição do Governo Provisório de Vargas o banqueiro e comerciante de café José Maria Whitaker para revigorar a economia e enfrentar criativamente as graves decorrências da crise econômica de 1929, que alcançava o Brasil inteiro. Whitaker antecipou-se a John Maynard Keynes, o formulador da Teoria Geral do Emprego, publicada em 1936, ao adotar em 1930-1931 uma solução pré-keynesiana para a crise, na compra do café colhido, ainda que sem mercado, e na queima dos estoques para manter o fluxo de renda e o nível de emprego na economia cafeeira com seus extensos efeitos multiplicadores na economia do País.

É o que em grande parte explica o surto industrial paulista dos anos 1930 com a manutenção e ampliação de um mercado interno que já não podia ser abastecido por importações devido à insuficiência de divisas. Diferente do que supôs Celso Furtado, o relatório de Whitaker, que ele não leu, indica que o ministro tinha clareza quanto à inovação que estava fazendo. Sua política não foi acaso, que para proteger o café teria promovido a industrialização sem o pretender, como Furtado sugeriu. São Paulo já dispunha de uma base industrial consolidada. Nasceu aí a oculta revolução econômica e social que modificou o Brasil para sempre, libertando-o do domínio da economia colonial de exportação e interiorizando os centros de decisão econômica.

Nos dias que precederam a Revolução de 1932, o Exército redefinia as divisas de São Paulo com Minas Gerais e anexava terras paulistas ao território mineiro, enquanto o governo federal tardava em convocar a Constituinte que os paulistas queriam. Havia, portanto, uma tensão grande em São Paulo quando, num domingo de maio, o promotor público Ibrahim Nobre fez vibrante discurso na Praça do Patriarca, agarrado a um poste de iluminação, clamando por uma constituição e por democracia. A multidão acabaria saindo em marcha pelas ruas da cidade até a Praça da República, na esquina da Rua Barão de Itapetininga. Ali ficava a sede da Legião Revolucionária, que apoiava Vargas. De dentro do prédio, tiros foram disparados, várias pessoas tombaram feridas, quatro mortos, que se tornariam o símbolo da revolta. A Revolução se tornara inevitável.

Derrotado nas armas, São Paulo venceu nas iniciativas decorrentes que consolidaram o nosso caminho de modernização econômica e social. Uma de suas principais iniciativas de vencido que não se dobra foi a da criação da Universidade de São Paulo, uma fábrica de conhecimento, para ela trazendo cientistas e intelectuais dos países desenvolvidos para criar aqui uma universidade de primeiro mundo. Eram os vencidos a quem Vargas ouvia para revolucionar a economia e as relações de trabalho, como Roberto Símonsen, industrial, engenheiro formado pela Escola Politécnica, que apoiara a Revolução de 1932. Era ele o teórico do primado da indústria para vencer a pobreza colonial dos ciclos econômicos que fragilizavam o País. O que possibilitou que milhares de brasileiros do interior e dos Estados vencedores migrassem para São Paulo atraídos pelos empregos que o surto industrial do Estado vencido criava.

JOSÉ DE SOUZA MARTINS É SOCIÓLOGO, MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS. ENTRE OUTROS

LIVROS, AUTOR DE O CATIVEIRO DA TERRA (CONTEXTO)



A Reportagem original pode ser lida no link:



segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sd Arnaldo Siebert. Da Artilharia Constitucionalista


Sd Arnaldo Siebert. foi do Grupamento de Artilharia de Jundiaí e serviu em 32 junto dos Constitucionalistas. É o grandão ao fundo na esquerda.

INTERESSANTE E INFORMATIVO BLOG SOBRE A REVOLUÇÃO DE 1924 E A COLUNA COSTA-PRESTES

http://colunamiguelcostaprestes.blogspot.com.br/?view=classic

Tem outro blog com alguma coisa para se ver...
http://revolucaobrasileirade1924.blogspot.com.br/

terça-feira, 12 de janeiro de 2016